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Publicado em 16 de outubro de 2025
O Tempo

Apesar dos avanços em anos recentes, a temática da disseminação e assimilação de conhecimentos financeiros por parte da população ainda está aquém da necessária para promover avanços sociais e econômicos duradouros na sociedade brasileira.

Embora sejam utilizadas no dia a dia e entendidas por muitas pessoas como sinônimos, educação financeira e alfabetização financeira têm algumas diferenças importantes. A alfabetização financeira apresenta um escopo mais amplo do que a educação financeira. Enquanto nesta última o foco está na assimilação de conhecimentos financeiros básicos por parte de um indivíduo, visando proporcionar entendimento dos produtos, serviços, riscos e da dinâmica do mercado financeiro, a alfabetização financeira contempla, além dessa assimilação, a aplicação e o uso efetivo desse conhecimento para a tomada de decisões de consumo, poupança e investimento mais racionais, com foco na formação de patrimônio e na obtenção de estabilidade financeira.

Ou seja, enquanto a educação financeira está focada na assimilação do conhecimento financeiro, a alfabetização financeira se concentra no desenvolvimento da atitude e do comportamento financeiro. Dessa forma, a educação financeira pode ser vista como uma das etapas do processo de alfabetização financeira.

De maneira objetiva, entende-se por educação financeira a forma como um indivíduo adquire conhecimentos essenciais para gerenciar suas finanças e recursos financeiros de maneira consciente e responsável. Já a alfabetização financeira transcende essa assimilação de conhecimento, proporcionando maior racionalidade na tomada de decisões de consumo, poupança e investimentos e promovendo, dessa maneira, o aumento do bem-estar financeiro não só do indivíduo, mas também da sociedade.

Diante disso, a alfabetização financeira pode ter implicações importantes sobre o comportamento financeiro das pessoas, contribuindo para a redução de problemas sociais, como consumo compulsivo, endividamento excessivo, inadimplência, entre outros aspectos. Também pode levar, no longo prazo, à redução da desigualdade da população, ao proporcionar não só o conhecimento, mas a tomada de decisões mais conscientes e sustentáveis.

O grande desafio que se coloca tanto para a educação quanto para a alfabetização financeira é romper com a visão míope que boa parte da população tem, associando-as apenas a ações de curto prazo, ou seja, gestão cotidiana do orçamento doméstico e controle de receitas e gastos mensais, numa visão parcial desses temas. 

Para que o nível de educação e de alfabetização financeira da população brasileira melhore, é necessário que as pessoas entendam que elas extrapolam esse conhecimento financeiro básico e englobam também aspectos relacionados à adoção de estratégias de investimento (conhecer produtos e riscos envolvidos e fazer aplicações de forma consciente e recorrente no mercado), manutenção de reserva de recursos para proteção contra imprevistos (seja perda do emprego ou problemas graves de saúde, por exemplo) e gestão e formação de patrimônio ao longo da vida do indivíduo.

Enfim, as pessoas devem ter em mente que, quanto maior for o nível de educação financeira, maior será o conhecimento para a gestão dos seus recursos financeiros. E, quanto maior for o nível de alfabetização financeira, mais conscientes e preparadas estarão para alcançar o bem-estar financeiro – na perspectiva de que o que vai permitir atingi-lo não é o que uma pessoa ganha, mas sim o que ela consegue poupar e investir de forma consciente no mercado financeiro.

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